terça-feira, 31 de agosto de 2010

CONTRA A CORRENTE

Contra a corrente subimos os rios
à procura do lugar onde os sonhos
nascem. Contra a corrente rompemos
o véu e do anel de fogo já saímos.
Contra a corrente estamos sempre
quando os rios se formam em anéis de fogo
e véus de bruma surgem. Contra
a corrente chegamos a lugares onde o sonho
sobe. Contra a corrente,
outra vez, ainda, tentamos a sorte:
anular alguns círculos na água,
corpo-a-corpo com a morte,
p'ra desfazer o feitiço da serpente.

Eduardo Guerra Carneiro

2 comentários:

Ana Paula Sena disse...

Silva: uma belíssima selecção poética!

Um abraço, RAA :)

Ricardo António Alves disse...

Obrigado, Ana Paula :)
Outro para si