Galopando, correndo em desatino,
Conta-vento do mar! -- por que sonhamos,
E o segredo de nosso destino!
Sopras, nas ondas, esculturas vivas,
Efêmeras imagens fugitivas...
Dize-me por que amamos, esquecemos,
E, sobretudo, por que sofremos!
Faze a revelação maravilhosa
De que não é inútil o gemido
De tanta angústia à cata de consolo,
E nem tudo está perdido!
Fala-vento do mar! -- que o mundo, cego,
Não arderá, entregue à própria sorte,
E que a nossa esperança, de tão alta,
Poderá vencer a morte!
Oliveira e Silva
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