que há mil anos poisou sobre a mais alta crista.
Era um deus mineral, faminto de conquista.
Caiu quando alcançava a meta do infinito.
Ninguém ouviu a queixa, o misterioso grito
da mica a esfacelar-se em lascas de ametista.
Homem, árvore e pedra! Há que descer a vista!
A ambição de subir, eis o maior delito!
Mais alto que a montanha a pedra quis chegar.
À gota de água obscura é necessário o mar.
Às estrelas não basta a cúpula dos céus...
E nós, para fugir à nossa humana sorte,
forçámos o horizonte e em frente à própria morte,
num momento de génio imaginámos Deus.
Fernanda de Castro
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