e um toldo de noite a envolve,
o silêncio traz em si
os mais profundos lamentos,
o ruído de estertor dos que chegam ao fim,
os soluços de amor dos que agora começam,
os passos perdidos pelas ruas solitárias
de luz citrina nas janelas da espera.
É sempre o corpo o centro da madrugada.
Vou ver o meu filho que dorme serenamente
enquanto um motor de carro abranda
na hora do sono dos noctívagos e dos boémios.
Sento-me e contemplo ao longe a Basílica da Estrela
num diálogo de pedra secreto com os
últimos luzeiros, com o rumos da alvorada
João Candeias
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