segunda-feira, 12 de setembro de 2011

PAZ (2)

Avaro de meus sonhos te invoquei,
Nascesses para mim e eras cumprida.
Ilha sem arquipélago julguei
Dividida dos outros minha vida.

Mas que voz de mim vem e te reclama,
Filha de reis dum reino que inda existe?!
Porque funde ao calor da tua chama
O inútil silêncio que resiste?

Nunca te deste toda a quem te quis
Para si, receber o que feliz
Só na comum seara se renova.

Tudo o que vem de ti é largo e vário,
Mas não sorri ao homem solitário
Que te busca sozinho em sua cova.

Arnaldo França

Sem comentários: