sábado, 16 de outubro de 2010

A UMA FREIRA QUE, SATIRIZANDO A DELGADA FISIONOMIA DO POETA, LHE CHAMOU PICA-FLOR

Se pica-flor me chamais,
Pica-flor aceito ser,
Mas resta agora saber
Se no nome que me dais
Meteis a flor que guardais
No passarinho melhor!
Se me dais este favor,
Sendo só de mim o pica
E o mais vosso, claro fica
Que fico então pica-flor.

Gregório de Matos

3 comentários:

rose marinho prado disse...

Este poema mostra o qto Gregório é além do seu tempo.
Num Brasil ainda bastante religioso e, portanto, respeitoso com os religiosos, ele ousou 'curtir' com a cara da tal freira.
Gregório é um espanto! Os outros poemas satíricos então? Recortam bem uma estrutura social que só viria a ser aprofundada bem mais tarde, primeiro, acho que - por Manuel A de Almeida, em Memórias de um Sargento de Milícias e mais, tarde pelos realistas.
....
Se bem, que não... Os Sermões de Vieira já fazem críticas politicas.
Besteira o que acabo de escrever. rs

Ricardo António Alves disse...

Rose, sabe que muito perto da minha casa, 1 km, mais ou menos, na costa, há um sítio chamada «Boca do inferno»?

rose marinho prado disse...

Estranho registro;. Talvez, descendentes do Boca...rs