quinta-feira, 21 de outubro de 2010

HESITAÇÃO

De que serve a tão límpida balada
Que, na rua, cantemos? Pobre dela
Se há tanta gente a ouvi-la, disfarçada
Por detrás das cortinas da janela!

Pedem-me versos de tema triste.
-- Pagam? -- pergunto.
-- Sim.
-- Viva o talento!

E como a voz do mercador insiste,
Hesito entre um enterro e um casamento...

Pedro Homem de Melo

Sem comentários: