quinta-feira, 21 de outubro de 2010

NASCE O HOMEM NASCE O AMOR

Tenho os olhos limitados
pelas grades da minha cela,
são vinte e quatro quadrados
não corre a vida por ela

e a minha liberdade
feita sombra peregrina
sai de manhã, entra à noite
nem a prisão domina

não quero cama nem mesa
nem chave de qualquer porta,
a mim basta-me a certeza
que a minha voz vos conforta

nasce o homem, nasce o amor,
nasce a força, morre o medo,
morre o homem, nasce a dor,
morre a voz fica o segredo.

Amadeu Teles Marques

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