Nesse pobre casebre abandonado;
Não conhecera pai nem mãe; doía
Fitar aquele rosto macerado.
Nenhum rapaz esbelto a convidava
Para os descantes da festiva aldeia;
E consigo a mesquinha suspirava:
«Doce Jesus, por que nasci tão feia?»
Quando a Lua no céu azul surgia,
De alvo banhando a múrmura devesa,
No postigo do albergue a sós gemia,
Triste mulher sem viço nem beleza.
Chamou-a Deus enfim! Quando passava
O singelo caixão na triste aldeia,
Melancólico o povo murmurada:
«Vai tão bonita, olhai!, e era tão feia!...»
Gonçalves Crespo
2 comentários:
Q triste!
Ia-lhe leve a morte.
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