Só pode quem tem ouro ser ditoso;
Que é pretender, sem ele, achar o gozo,
Ambição a que o senso não convida!
Assim julga quem vê na humana lida,
Cercado de galões, em trem custoso,
Qualquer nobre lapuz, louco vaidoso,
Que entre gente de bem não tem guarida:
Que esses fazem figura, eu não desminto:
A toda a parte vão, com seu cortejo,
Porque o mundo lhes dá lugar distinto:
Outras glórias têm mais, que eu não invejo;
Mas nunca sentirão prazer que eu sinto
Na risada que dou, se um deles vejo!
Faustino Xavier de Novais
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