nenhuma é igual ao rosto que as desenha,
ao animal que as esconde nos seus ossos.
Cada pedra é uma aldeia abandonada que
mudou de lugar. Cada lugar uma pedra vagarosa
que regressa à existência.
Vagueio pelas casas pousadas no tempo
e o que fica delas
é uma porta entreaberta
que já não guarda nada.
Só a erva cresce, erva toda igual
a um tempo daninho que se arrasta
como pedras
incapazes de subir por um caminho íngreme
ou aceitar a deriva
das vozes que chamam sob a terra
onde ainda existe adubo
para um canteiro.
Rosa Alice Branco
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