terça-feira, 24 de agosto de 2010

LOSING MY RELIGION

Houve então uma doença
que se seguiu a uma outra
mais antiga: o texto do mundo esgotou-se
e as divisões de todas as casas
pareceram pequenas.

Regressou o tempo da multiplicidade
das coisas, um novo equívoco,
uma existência com o necessário grau
de impureza, de vontade fraccionada,
onde os olhos não sabem nunca
atravessar a mágoa.

Os versos talvez não passem de polaroids,
afastei-me deles, aceitei, armado de coragem,
o coração da cidade, e agora vou ser feliz sem ti
como se acreditasse nisso.

Pedro Mexia

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