Cantam, de amor, mil vozes cristalinas...
Por que hei-de sofrer de amor?
O mundo reverdece de alegria;
O sangue, em nós, é sonho e melodia...
Por que hei-de sofrer de amor?
Sob este céu, em que a alegria exulta,
Por que há, em mim, uma ansiedade oculta?
Por que hei-de sofrer de amor?
O mundo é seiva ardente e fervorosa...
Por que persiste, em mim, a força ansiosa?
Por que hei-de sofrer de amor?
É passageira a luz da primavera...
E o sonho da minha alma, esta quimera,
Por que hei-de sofrer de amor
É ter no mundo o amor que nunca passa.
É para dar aos céus a humana graça,
Que eu hei-de sofrer de amor.
João de Castro Osório
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