quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

POEMA

Eu te amarei ainda que tu morras

em mim o teu cadáver transparente

flutuando nas barras e masmorras

em que se gruda mim, fluorescente

recordo, de instantes intangíveis

subsequentes moléstias em que urro

para ecos em corpos talvez inatingíveis

como ao ar não pode forte murro

revolver em matéria desagregada

ou dança de dados reprováveis

ama-me em mim a tatuagem

do teu destino em formas razoáveis

não formas inclementes da ramagem

verdelúcidas dos frutos acreágeis

ocre barro humano húmus e imagem

Alberto Luiz Baraúna

Sem comentários: