terça-feira, 21 de dezembro de 2010

     Ergue-se a ave e às vezes
é quase árvore:
luz, fixa,

     suspensa

     do teu olhar, do vento,
dos vultos que num adejo vela,
desvela de repente;

     vê moverem-se
ávidos do seu voo
o chão, casas, o bosque
onde o seu ninho a chama,

     e uma face
que vai de corpo em corpo;

     vê o pântano que sob asas
é rio fugitivo,
sulco de sua fuga imóvel.

José Bento

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