nada o embarga. Nunca foi amor
o que vacila posto em provação,
ou se bandeia ao próprio destrutor.
Ah, não! O amor é um sinal constante,
encara as tempestades sem tremer:
a Tramontana desta nau errante,
cuja «altura» nos salva -- ou faz perder.
Não teme, ó Tempo, a tua foice adunca:
róseas faces e lábios, esses sim;
não muda em horas, dias, meses, -- nunca! --
teima e perdura até ao fim do fim...
E se por falso rumo agora vou,
-- jamais poetei! jamais alguém amou!
Shakespeare
(Luís Cardim)
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