quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Corria junto aos ciprestes nas manhãs
de inverno. Roubava ao jardim punhados
de terra para saciar a fome, mas não mexia
nos mortos. Ainda não sabia nada sobre
os pecados mortais nem sobre a ciência
circunscrita dos venenos, coisas mais veniais
ainda. Não conhecia os lugares do medo
e pensava no dia e na noite como realidades
ontológicas. Mas tu disseste-me: a rotação
é o movimento de um corpo em torno
de um eixo. Nesse dia percebi que morremos
como as árvores e que são breves os dias.

José Rui Teixeira

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