terça-feira, 21 de outubro de 2008

(A uma árvore seca num velho pátio da
Rua da Palma.)

Todos os dias passo à tua beira
árvore que tens nos troncos e na rama
um destino igual ao meu.
E o mesmo rumo
sem chama
nem fumo.

Aranha de solidão
a tecer como eu
cinzas de não haver fogueira.

Todos os dias passo à tua beira...

(Mas ai de quem só tem chão!
-- sem labaredas
nem asas de um momento
para ir procurar veredas
no país do vento!)

José Gomes Ferreira
s#7

2 comentários:

nas asas de um anjo disse...

acho q a simbiose q se cria entre poeta e demais criaturas q o rodeiam é algo de mt único, e original, com o tal processo de analogia e transferência de sentimentos, sensações, percepções...é o q se denota neste poema.

gostei especialmente da última estrofe, entre parêntesis, refere a liberdade de voar no vento...

Ricardo António Alves disse...

Torna-se o poeta em natureza...