um martelo louco batendo nos nervos,
esmagando as fibras,
há um estrondo subterrâneo que sobe para as
fontes,
mas não explode,
não explode esta cabeça vencida, caída sobre
a mesa,
sobre a toalha bordada entre o jejum e as
missas, nas terras do pai.
Há um globo de magias em desuso que não
perturba quem chega, quem se senta,
com as mãos abertas, com a faca atrás,
pelo lado das costas que lançam nas paredes
um vulto sinistro, em silêncio, à espera.
Eu sei por que veio, o que quer, o que faz aqui,
mas tu ergues os cálices,
tu olhas para ela e ofereces uma rosa e
repartes o pão,
e depois adormeces e entras no túnel que dá
para as colinas de Deus,
para os seus mortos antigos.
José Agostinho Baptista
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