sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

DESAMPARO

Não posso olhar de frente as torres deste castelo
habitado pelas trevas.
Quando os lobos uivam e aberta já está a lua,
as flores amargas dos teus olhos
desfazem-se aos meus pés.
E o pó, as cinzas, os restos de tudo o que
respirava,
amontoam-se à beira deste mar.

José Agostinho Baptista

2 comentários:

rose marinho prado disse...

O tecido deste poema: antídoto contra a tóxica alegria plastificada no entorno, nas ruas, nesta São Paulo natalina.


Esse poema é melhor que cortizona para um asmático.

Volta-se a respirar no tempo certo.

Ricardo António Alves disse...

Ainda melhor, Rose :)