ele há-de vir e há-de levar
as vãs palavras que escreveste.
Ele há-de vir com seu presságio
e os címbalos que já trazem o som do inverno
ele há-de vir o vento oeste e há-de apagar
o verão que parecia ser eterno.
Ele há-de vir com seu adágio
suas orquestras em convés que vão ao fundo
ele há-de vir e há-de apagar
a escrita a jura as ilusões do mundo.
Em cada verso há um naufrágio
não sei de poema que não seja mar
Foz do Arelho, 30-8-2003
Manuel Alegre
2 comentários:
o movimento do poema...não sei como é que se consegue isso ...é o de alguém no convés dum navio vendo tudo sumir aos poucos.
Sabe que ele é candidato presidencial, Rose?
E que eu vou votar nele?
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