segunda-feira, 1 de novembro de 2010

e sequem-se-me os dedos a cabeça
estoire e não fique de tudo uma palavra
se a maldição for tanta que eu te esqueça

e não reste sequer o chão e não de quantas ruas e
não já reste cidade

e seja a memória deste homem um escárnio ocultado por quinze
                                  [gerações de vindouros
com seus cães que se deitam aos pés das pessoas e parecem
                                   [adivinhar a linguagem monstruosa
das narinas resfolegando

se a maldição for tanta e tão pérfida
que eu te esqueça na morte, que eu te esqueça

Fernando Assis Pacheco

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