O vendaval, à solta, por vingança,
Quebra os vitrais e pela igreja avança,
E rompe em uivo prolongado e rouco...
E foge, e torna, e, com a chuva, louco,
Em desvairado sacrilégio, dança,
E abate claustros e ao abismo os lança,
E tudo alui, da abóbada ao cabouco...
Tudo caíu... Mas uma claridade,
Azul, fugaz, em noites muito escuras,
Ondula e sobe e, entre os escombros, erra...
-- Oh! a sobrevivência da piedade! --
São fogos fátuos, são as sepulturas
Ainda agora a alumiar, da terra...
Cândido Guerreiro
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