Bordaram-lhe Alma. As mãos sobre o Outono.
Como ela vai quietinha no seu sono!
Inda vai a rezar com os sentidos.
As suas mãos, madrinhas de tristezas,
Cansadas de Silêncio e de escrever.
E Deus põe-se a chorar a ouvir-lhe as rezas,
Pois sente-se pagão p'ra as receber.
A sua Ausência é um fechar de portas.
Em seus dedos prendeu as horas mortas
E encobriu a Saudade em velhos véus...
Colchas no meu lembrá-la penduraram.
E de tão brancas mãos a rodearam
Que a sua morte aconteceu em Deus.
Alfredo Guisado
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