quinta-feira, 25 de novembro de 2010

SACRIFÍCIO

Foi na tarde morena da conquista.
Guisos, pendões, tinir de luz, corcéis.
Relâmpagos doirados pela vista...
Processional, El-Rei caminha -- e o cortejo é de painéis!

Tatuagens de alarido a incrustar a tarde. Palmas!
Cheiro álacre de febre... E as lanças a crescer...
Os corpos deixam transbordar as almas,
Tit'res, que a mão de Deus, apenas, faz mover...

Rola a hora de Deus pela campina rasa.
Hora de Sacrifício! A pira está em brasa.
A pedra de ara é branca e o fumo sobe a esmo.

Ergo a mão constelada de triunfos idos.
Súbito, a voz de Deus retine aos meus ouvidos:
Quebra o teu cetro e a lança, entrega-te a ti mesmo
Américo Cortês Pinto

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