Sob os olhos de Deus! Sinistra hora
Em que o homem surgiu! Que negra aurora,
Que amargas condições o escravizaram!
As mãos, que um filho amado amortalharam,
Erguidas buscam Deus! A Fé implora.
E o céu que respondeu? As mãos baixaram
Para abraçar a filha morta agora.
Depois, um pai que em trevas vai sonhando,
E apalpa as sombras deles onde os viu
Nascer, florir, morrer!... Desastre infando!
Ao teu abismo, pai, não vão confortos.
És coração que a dor empederniu,
Sepulcro vivo de dois filhos mortos.
Camilo Castelo Branco
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