terça-feira, 30 de novembro de 2010

VIRGEM

Sobe, suave, solene coluna de fumo branco...

És vulto que se evapora,
És toda a alma que chora
Sem lágrimas, sem motivo,
Sem uma queixa
Aparente.
           Vivo!
           Em mim
           Existe
           Sòmente
           Uma tristeza
           Sem fim
           Que nem me deixa
           Ser triste
           Aos olhos da outra gente.

           Imagem
           Sempre em viagem,
           Minha impalpável riqueza.

Sobe, suave, solene coluna de fumo branco...

Lisboa,
1927


Gil-Vaz

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