segunda-feira, 1 de novembro de 2010

o imaginário da praia

todas as noites da nossa paixão
foram servidas por estandartes
que perduram no imaginário
andávamos atrás de deusas
de casas antigas de marchas de cegadas
de coisas que a história não deixa vestígios

quando procuramos arquivar o passado
tudo se dilui na correria que é entrar de bar em bar
e manter sempre a mesma respiração
é como apagar as chamas de um foguete das festas do sítio
nunca é tarde para o fazer
mas quando nos olhamos
não resistimos ao que resta de nós

(acabei agora de falar com o zé -- o paulo não estava -- e
soube que as cafurnas ainda enrolam a alegria e que o
mistério do voo das gaivotas ainda não foi desvendado)

havemos sempre de beber outra garrafa de vinho
e noutra púrpura noite rasgar a praia toda

m. parissy

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