quarta-feira, 18 de maio de 2011

RUÍNA

Mar parado na tarde incerta.
No horizonte, uma vela que se perde
atrás da rocha com cara de gente.
Voz sem boca
canta morna monocordicamente
quando o Sol diz adeus no raio verde.

A tarde é morta
na praia deserta.
A voz rouca.
O céu é sangue ou brasa.

Mão decepada acena ao sol ausente
inútil adeus pela porta
que ficou aberta
num muro que já foi casa...

Manuel Lopes

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