A lua, que baixou do céu ao lago,
Não adivinha se a deixei... se a trago
Dentro da alma, como um sonho antigo.
O néctar, que eu procuro e que maldigo,
O vinho, que abençoo a cada trago,
Este veneno com que me embriago...
É mistério dum só: irá comigo!
Porque suplicas que me dê, que fale?
-- Porque não sabes quanto a noite vale
E não calculas como é bom assim!
Bem sinto a dor que o teu olhar goteja;
Mas o Princípio, por melhor que seja,
É pai dum monstro, que se chama Fim!
Queirós Ribeiro
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