Byron. Parisina
Do pôr-do-sol àquela luz sagrada,
Eu perdia-me... ó hora doce e breve!...
Meu peito junto ao seu colo de neve,
-- Numa contemplação vaga e elevada
Nossas almas s'erguiam, como deve
Erguer-se uma alma à Luz afortunada.
Do mar se ouvia a grande voz chorada.
-- Palpitavam as pombas no ar leve.
Eu então perguntei-lhe, baixo e brando:
Em que mundo de luz é que caminhas?
Que torre está tua alma arquitectando?...
-- Ela, travando as suas mãos nas minhas,
Me disse, ingénua, então: -- Estou cismando
No que dirão, no ar, as andorinhas.
Gomes Leal
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