Como é pálida a luz do meu espelho
E a desse rio azul que não tem foz:
O tempo, em que me vou fazendo velho...
Dias loucos da infância, onde estais vós?
E a alegria -- esse cântico vermelho
Do sangue virgem que não tem avós?
Como se chama a sombra em que ajoelho?
Arfa, cansado, no meu peito um mar:
O mar remoto da remota Ilha
Onde as sereias cantam ao luar...
À esteira dos navios, as gaivotas
Gritam no céu, e o céu, lânguido, brilha
Sem ecos de vitórias ou derrotas.
António de Sousa
3 comentários:
a melhor de hoje, ao menos, p mim.
Ainda bem que gostou, Rose, mas o dia ainda não acabou...
AINDA É ESSA!
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