sábado, 9 de outubro de 2010

O ELEITO DO CAPITAL

6. Porque faço dele o meu eleito, o capitalista incarna a virtude, a beleza, o génio. Os homens consideram espirituosa a sua estupidez, afirmam que o seu génio está acima da ciência dos pedantes. Os poetas pedem-lhe a inspiração e os artistas recebem de joelhos as suas críticas. As mulheres juram que ele é o Don Juan ideal. Os filósofos erigem os seus vícios em virtudes. Os economistas descobrem que a sua ociosidade é a força motriz do mundo social.

Paul Lafargue

(J. Mega)

2 comentários:

rose marinho prado disse...

Mas, se o capitalista é estúpido, este de Lafarque, por que raios os poetas e artistas lhe pedem inspiração? De que artistas ele fala?
Lafarque, genro de Marx...se não me engano...Fez a apologia ao ócio...
( nao entendi nada, mas discordo rs)

Ricardo António Alves disse...

Bem, Rose, haverá coisa mais estúpida que a ganância?
Poetas e artistas prostiputas é o que não falta por aí.
Enfim, está demodé, é verdade, mas é sempre bom descarregar nesta canalha.
Como cantava o Fausto (um cantor de protesto daqui), nos idos de '75: «O patrão parece um balão. / À porrada que é cabrão!»