da memória, teia quase perfeita de finos
nervos. Como num bastidor, quebrou-se agulha,
rompeu-se o fio de seda, ou lã macia.
Ou foi só o crepúsculo que, dissonante, entrou?
Só, na noite, no vazio intrincado do pensar.
Mas, se brilho na teia? Se segundo qualquer crepuscular
à cabeceira, onde medicamentos
e pequenas flores? Que olhar nos é negado?
Alguém em limiar ou tempo ausente?
De encontro aos cobertores, que frio maior?
O frio nos fios da teia em desconserto. E rotos.
Mas, se alguma candeia de século passado,
o azeite a manchar o bastidor? Só, na noite.
Sem deuses, nem demónios. A teia a oscilar,
sem som.
Ana Luísa Amaral
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