A morte e nunca mais cheiros violentos
ou doces de algodão: gasolina ou o chão
de cera fresca, a terra de manhã,
a pele -- aquela, ou de pasta de escola.
A morte e nunca mais o sol feroz
da primavera em fim. O verde tão fecundo
e desabitual todos os anos. O gesto
humano e brando do amor. Carta de luz.
Olhar que se pendura por varanda
de pássaro minúsculo ou passeios
criando a arte em pedras reduzidas.
E nunca mais os poliedros lisos
dos teus olhos centrando-se nos meus.
A morte e nunca mais -- que está morta.
Só momentaneamente adormeceu.
Ana Luísa Amaral
Sem comentários:
Enviar um comentário