Sobre invisível tear tecendo a ténue teia,
Arma o artístico ardil em que as moscas apanha
E, insidiosa e subtil, os insectos enleia.
Faz do fluido que flui das entranhas a estranha
E fina trama ideal de seda que a rodeia,
E, alargando o aranhol, os elos emaranha
Do alvo disco nupcial, que a luz do sol prateia.
Em flóculos de espuma urde, borda e desenha
O arabesco fatal, onde os palpos apoia
E, tenaz, a caçar os insectos se empenha.
Vive, mata e produz, nessa faina enfadonha:
E, o fascinante olhar a arder como jóia,
Morre na própria teia, onde trabalha e sonha.
Da Costa e Silva
2 comentários:
Morre na própria tela...
Perfeita logopeia rs
Oh, Rose, é uma perfeição, este poema.
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