Por onde as águas passam a cantar
As canções dos moinhos e das fontes,
Ensinaram-me as águas a falar...
Eu sei a vossa língua, água das fontes...
Podeis falar comigo, águas do mar...
E ouço, à tarde, os longínquos horizontes
Chorar uma saudade singular.
E, porque entendo bem aquelas mágoas
E compreendo os íntimos segredos
Da voz do mar ou do rochedo mudo,
Sinto-me irmão da luz, do ar, das águas,
Sinto-me irmão dos íngremes penedos,
E sinto que sou Deus, pois Deus é tudo...
Cândido Guerreiro
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