Há anos de raiva
que te busco em vão,
Melodia!
No sopro dos meus versos,
nas fontes com sede,
nas portas que rangem,
na cólera do mar aberto...
Mas quem te ouve, Melodia,
para além do contorno do silêncio?
Pobre voz que trago em mim
e há-de morrer ignorada
nas trevas dum sol profundo
sem luas de superfície.
José Gomes Ferreira
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