quinta-feira, 23 de setembro de 2010

A TRISTEZA DE VIVER

Ânsia de amar! Oh, ânsia de viver!
Um'hora só que seja, mas vivida
E satisfeita... e pode-se morrer,
-- Porque se morre abençoando a vida!

Mas ess'hora suprema em que se vive
Quanto possa sonhar-se de ventura,
Oh, vida mentirosa, oh, vida impura,
Esperei-a, esperei-a e nunca a tive!

E quantos como eu a desejaram!
E quantos como eu nunca a tiveram
Uma hora de amor como a sonharam!

Em quantos olhos tristes tenho eu lido
O desespero dos que não viveram
Esse sonho de amor incompreendido!

Manuel Laranjeira

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