De andar sofrendo, pela vez primeira,
O amor que, por engano, a vida inteira
Transforma numa lenta desventura.
Se no ar desta manhã sopra tão pura
A obrigação de respirar-me, à beira
De uma esperança enferma e derradeira,
Vou respirando a flor de uma armadura
Imposta pelo amor. Sobre a incerteza
Do noivo abandonado, sobre a firmeza
De prosseguir lutando, e ardentemente
Este poder desperta o ardor de um canto
No cárcere de vidro onde, inclemente,
O amor confina o amor, como num pranto.
Marcos Konder Reis
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