segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

É BOA A GUERRA

Não chores, rapariga, é boa a guerra.
Lá porque o teu rapaz ergueu as mãos ao céu
E a galope o cavalo se perdeu,
Não chores, não.
É boa a guerra.

Tambores de regimento rufam roucos,
E esta gente sequiosa de lutar
Nasceu para a recruta e pra morrer.
A inexplicada glória os sobrevoa,
É grande o deus da guerra, e é seu reino
Um campo com milhares a apodrecer.

Não chores criancinha, é boa a guerra.
Porque o teu pai tombou na lama da trincheira,
Esfacelado o peito e já sem vida,
Não chores, não.
É boa a guerra.

Bandeiras crepitando esvoaçantes,
Águias douradas, rubras! Esta gente
Nasceu para a recruta e pra morrer.
Mostrai-lhe as eficácias do massacre,
Dizei-lhe da excelência de matar,
De um campo com milhares a apodrecer.

Mãe cujo amor é qual botão mesquinho
Ne esplêndida mortalha de teu filho,
Não chores, não.
É boa a guerra.

Stephen Crane

4 comentários:

rose marinho prado disse...

Cacilda! Nossa! Forte isso.

Ricardo António Alves disse...

Cacilda?)

rose marinho prado disse...

No Brasil usa-se falar Cacilda. É um eufemismo do tipo de caraca!

Cacilda ´é um eufemismo...E um nome de mulher que nada tem a ver com isso. E lembra a atriz Cacilda Becker, que morreu faz muito tempo e era ótima.

Ricardo António Alves disse...

Foi o que pareceu. Cacilda, bem apanhado.