terça-feira, 7 de junho de 2011

Tôdalas cousas eu vejo partir
do mund' en como soían seer,
e vej' as gentes partir de fazer
ben que soían -- tal tempo nos ven! --
mais non se pod' o coraçon partir
        do meu amigo de mi querer ben.

Pero que ome part' o coraçon
das cousas que ama, per bõa fé,
e parte-s' ome da terra ond' é,
e parte-s' ome du  gran prol ten,
non se pode parti'lo coraçon
        do meu amigo de mi querer ben.


Tôdalas cousas eu vejo mudar:
mudam-s' os tempos e muda-s' o al,
muda-s' a gente en fazer ben ou mal,
mudam-s' os ventos e tod' outra ren,
mais non se pod' o coraçon mudar
        do meu amigo de mi querer ben.


João Airas de Santiago

4 comentários:

rose marinho prado disse...

O poema, leio mais tarde...
Agora, um texto q saiu na imprensa brasileira hoje. É sobre portugueses.
http://avaranda.blogspot.com/2011/06/joao-pereira-coutinho-regressar-para.html

Ricardo António Alves disse...

Obrigado, Rose, vou espreitar. Ele é um comentador muito conhecido por cá, e creio que escreve também na Folha de São Paulo.

Ricardo António Alves disse...

Já li. Pois. Algo do que ele diz é verdade (em especial tudo o que tem que ver com as navegações dos portugueses e o Império - esqueceu-se da Inquisição) mas di-lo em tom ligeiro e de piadola, quer fazer sorrir, quer agradar (não tenho grande pachorra); e concedendo que está a escrever para um público estrangeiro, não deixa de ser um monte de banalidades.

rose marinho prado disse...

Imaginei que assim fosse, por isso, mandei...
Muito espaço na imprensa para quem brinca e brinca.