segunda-feira, 6 de junho de 2011

VINTE SÉCULOS DE REVOLUÇÃO...

Vinte séculos de revolução
e ainda há fome do pão, que é a poesia.
Quando tento saciá-la, tento em vão:
é meu ritmo perene, noite e dia.

Cristo, quero escutar Teu coração:
pendo a cabeça e escuto-o. Essa agonia
de fazer o poema, essa paixão,
na última Ceia começou. Seria

um de nós... um de nós era suspeito,
um de nós, entre os doze, Te trairia.
E, sob o peso dessa suspeição,

repousei a cabeça no Teu peito.
E esse ritmo de vida que eu ouvia
era o ritmo de fome deste pão.

Jorge de Lima

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