Descubro todo o bairro; e, muita vez,
Vejo, evolar-se o fumo em espirais
Das negras chaminés.
Quando vou à janela, ao Sol poente,
Horas em Junho de acender os lares,
Meus olhos vão seguindo longamente
O fumo pelos ares.
E penso ver formarem-se na vasta
Imensidade, esplêndidas imagens;
Até que o fumo pelo Azul se gasta
Nas mais altas viagens.
Todo este quadro é tão banal, que então
Chego a rir-me de mim, do que resumo
Na minha eterna e doce aspiração...
Que se assemelha ao fumo.
António Fogaça
2 comentários:
uns fumos a guardar...
Ainda bem que gostou, Carla.
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