sábado, 8 de janeiro de 2011

NEVE

Arde a neve na cara e nas mãos e à serra
trepo para então me confundir. Queima
a intensidade do gelo. Ferem e cortam
os cristais da neve. Quando gelam
ribeiras e os tanques ficam pedra,
os canos rebentam certas vezes: explosão
de gelo; incêndios de neve.
Arde a neve na saudade de a não ter
de o não sentir. De novo à neve
volto e me perco nos cerros,
quando a claridade cega
de tanta brancura. Impossível
serenidade: por ti espero.

Eduardo Guerra Carneiro