quarta-feira, 8 de setembro de 2010

OS BARCOS NA ERICEIRA

Depois do mar frio, antes dos moinhos brancos
que se debruçam como árvores no caminho
dos pássaros, eu sonhei viver. Plantei uma romãzeira
entre as pontes a caminho do norte e dos canaviais,

quando as esplanadas do Inverno fixavam
recados e pombos perdidos na praça.
Sonhei portanto viver enquanto o plátano mais
frondoso viver. Depois disso, nada suportará

a passagem dos navios, a tempestade em tardes
de Outubro, se aí não puder morrer entretanto.

Francisco José Viegas

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