És, a um tempo, esplendor e sepultura:
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela...
Amo-te assim, desconhecida e obscura,
Tuba de alto clangor, lira singela,
Que tens o trom e o silvo da procela,
E o arrolo da saudade e da ternura!
Amo o teu viço agreste e o teu aroma
De virgens selvas e de oceano largo!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,
Em que da voz materna ouvi: «Meu filho!»
E em que Camões chorou, no exílio amargo,
O génio sem ventura e o amor sem brilho!
Olavo Bilac
5 comentários:
Os modernistas ''detonaram'' com os parnasianos. Perderam-se boas coisas. Mas é a vida...pena da pena.
Este poema comove-me.
Há outros bons, além desse. Dos parnasianos. Eu acho.
Ricardo, ando engordando horas quando na tua gema!
Beijinhos!
Obrigado Carla, para ti também!
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