Parecem hoje estremecer, no entanto
e tomar vida, e palpitar, enquanto
com as trémulas mãos lhes solto o fio.
Esta lembra um encontro fugidio;
esta, uma coisa simples: o encanto
dum aperto de mão; mas diz-me tanto
que um dia todo, ao lê-la, choro e rio.
Esta me escreve: «Adoro-te, querida!»
e caí, deslumbrada, a soluçar
como se fosse o fim da minha vida!
Mas esta... A tua fé, no próprio altar,
viste, ó Amor, vilmente escarnecida,
se o que esta diz eu devo acreditar.
Elizabeth Barrett Browning
(Luís Cardim)
2 comentários:
cartas!!!!São cartas.
Bom o poema...muito bom.
E muito bem traduzido (é um dos «Sonnets from the Portuguese»).
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