pranto por belos olhos derramados;
incêndio em marés de águas disfarçado;
rio de neve em fogo convertido;
tu, que em um peito abrasas escondido;
tu, que em um rosto corres desatado;
quando fogo em cristais aprisionado;
quando cristal em chamas derretido.
Se és fogo, como passas brandamente,
se és neve, como queimas com porfia?
Mas ai, que andou Amor em ti prudente!
Pois para temperar a tirania,
como quis que aqui fosse neve ardente,
permitiu parecesse a chama fria.
Gregório de Matos
3 comentários:
Ele conversando com o amor ... que belo.
Conhece este Gregório?
Discreta e formosíssima Maria
Enquanto estamos vendo a qualquer hora
Em tuas faces a rosada Aurora,
Em teus olhos e boca, o Sol e o Dia:
Enquanto, com gentil descortesia,
O Ar, que fresco Adônis te enamora,
Te espalha a rica trança voadora
Quando vem passear-te pela fria:
Goza, goza da flor da mocidade,
Que o tempo trota a toda ligeireza
E imprime em toda flor sua pisada.
Oh, não aguardes que a madura idade
Te converta essa flor, essa beleza,
Em terra, em cinza, em pó, em sombra, em nada.
Não conhecia, Rose. Esplêndido.
Que Boca do Inferno?!
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