Esmigalhem meu crânio e que as legiões
passem sobre ele; e que um novo Átila renasça
e passe também sobre ele; ou que ele seja a taça
que mitigue a sede aos que tenham sede, seja
do que for, e que toda a treva nele se afunde
e o mundo, quando for maior, caiba também
dentro dele, e que ele seja o mal e seja o bem
-- strutura universal onde tudo se funde.
A alma de Baudelaire, sedenta, beba por
ele absinto e a de Giles de Rai -- oh! beba sangue.
Salomé, Taïs, ou Safo, os filtros do amor
e da morte. Que dentro dele o Universo é
mesquinho e Deus, meu Deus!, não tens força, és exangue
para nas mãos o teres com unção e com fé.
António de Navarro
2 comentários:
Uma peça de desespero.
assim se lê
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